segunda-feira, 15 de abril de 2013

1998. O ano em que saí de casa!


Há quinze anos, exatamente no dia 16 de abril de 1998, deixei Tarauacá e vim morar em Rio Branco. Precisava estudar, me formar, respirar novos ares. Sintetizo minha chegada à capital do Acre mais ou menos como diz aquela música do Belchior. Eu era apenas um rapaz latino-americano, sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior. Graças ao amigo Dr. Mário Júnior – ex-engenheiro da Emsa – que me deu as condições pra vir cá. Agarrei a oportunidade, pois era a única naquele momento, porém o suficiente pra seguir em frente!


Nesse meio tempo já morei quase um ano em Cerejeiras/RO; aproximadamente três anos e oito meses em Brasiléia e Epitaciolândia/AC e há dois anos novamente em Rio Branco. Passados alguns anos, dissabores e boas histórias pra contar, posso dizer que estou bem; estamos bem – já não sou mais só: tenho a Juliana e o Pedro Henrique, tenho uma linda família, uma vida sossegada, um círculo de amigos de fé irmãos camaradas valorosos.

Sou grato a Deus por todas as coisas, por todas mesmo. As que não foram boas me deram experiência pra me tornar uma pessoa melhor e aprender a ter mais fé Nele. As boas estão me fazendo mais feliz, renovado, tranquilo. Que Deus me dê sabedoria e coragem pra enfrentar e superar os obstáculos naturais de nossa caminhada, e me permita continuar trabalhando, estudando, vivendo com os pés no chão e a cabeça no além, realizando o que for necessário pelo bem estar da minha família e de meus considerados!

Saúde e paz pra todos nós, as outras coisas a gente busca e encontra. Fé em Deus, sempre!

sexta-feira, 29 de março de 2013

Centenário de Júlio Ferreira Lima

Seu Júlio Cachico, 100 anos!
Há cem anos nascia Júlio Ferreira Lima, popularmente conhecido em Tarauacá como seu “Júlio Cachico”. Agricultor, seringueiro, comerciante. Nasceu em 29 de março de 1913. À época que nossa cidade nascia. Descendente de nordestinos habitou o alto Rio Murú durante muitos anos, passando a morar próximo a Tarauacá, lá nas “Oito Praias”, no Rio Murú.
Anos depois mudou-se para a rua Manoel Lourenço, bairro da Praia, onde viveu até o fim de seus dias; dedicando-se ao comércio nas décadas de 70, 80 e início da década de 90. Com problemas na visão em decorrência das horas a fio em que passava defumando leite de seringa, a partir daí ficou impossibilitado de continuar exercendo a atividade comercial.
Casou-se com a D. Alzira. Dessa união nasceram, entre homens e mulheres, sete filhos: Raimundo (in memorian), Francisquinha, Peixoto (in memorian), Jóia, Cleta, Elmar e Eldon (in memorian). Depois, já na cidade, adotaram o Amiraldo. E a história familiar continua com netos, bisnetos e tataranetos. Gerações e gerações. Homem de conduta exemplar nos ensinou valores importantes, tais como: trabalhar, suar pelo próprio sustento; viver as próprias custas; respeitar as pessoas.
Dele herdei a paixão pelo Vasco da Gama, pela política, a boa prosa, escutar música e uma mesa farta. Recentemente também descobri que herdei o gosto pelo chá Hoasca. Pois naquela época de seringal Colombo, décadas de 50 e 60, ele bebeu por diversas vezes o Cipó – um dos nomes dado a esse chá milenar utilizado pelos povos amazônicos, conhecido aqui no Acre e ao redor do mundo também como Ayahuasca, Vegetal, Daime, dentre outros. Naquela época, lá no seringal, esse chá era preparado pelos irmãos Jaqueson e Gerson Furtado. Era um apreciador dessa cultura ancestral amazônica da qual hoje também faço parte.
Outra coisa que eu admirava era sua prosa. Cena comum naquela época com seus amigos mais próximos – especialmente à noite em sua casa. Ainda lembro de alguns habituais: Chico Sérgio, Orlando Marques, Joca Teles, Luiz Melo, Paulo Lins, Sebastião Gonzaga, Salustiano, Ubaldo Patoá, Rames e Samir Eleamen, dentre outros.
Era gostoso vê-los conversando, contando “causos”. Logo cedo, em sua loja, era possível reencontrá-los para tomar o cafezinho quente da dona Alzira – minha amada avó. Sua loja também era ponto de encontro das pessoas, seus fregueses, vindos dos seringais. Onde todos eram bem tratados e atendidos sem distinção de cor, credo e classe social.
Seu Júlio não era aquele homem brincalhão, mas também não era ranzinza. Lembro-me de tê-lo visto aborrecido apenas uma vez. Em 1985, escolha para o candidato a prefeito de Tarauacá. Ele partidário e convencional do velho MDB, tinha preferência pessoal pelo Sr. Chico Sérgio. A cúpula partidária da época sabedora disso o excluiu para que ele não participasse da convenção. Dali em diante afastou-se do ativismo político. Também não era aquele homem religioso, carola. Mas tinha uma imensa fé em Deus e uma devoção a Santo Antônio, mantendo uma pequena imagem de chumbo no caixa da loja. Eu o perguntava por que aquilo? Ele dizia que era pra dar sorte. Eu acho que dava mesmo. Ele me falava de uns livramentos acontecidos em razão dessa devoção.
Ainda jovem, na transição da infância pra adolescência, ganhei dele o “primeiro emprego” – vendedor. Entre uma coisa e outra ele já me ensinava na prática princípios que me servem até hoje: honestidade e integridade. Naquela época a maioria dos produtos ainda vinha a granel: arroz, feijão, açúcar etc. Muitas vezes a tarefa de pesar aqueles produtos era minha. Mas ele observava atentamente a pesagem para verificar se estava correta, se não estava faltando alguma coisa, e sempre aquela voz: - “deixa passar um pouquinho que não faz mal!”.
Disso lembro vagamente, mas minha mãe conta que eu com uns seis ou sete anos já lia. E como é natural essa afetividade do neto pelo avô e vice-versa, eu adorava a sua companhia. Assim eu ia muito a sua loja. Então ele me colocava pra ler aqueles folhetos de literatura de cordel pros seus amigos ouvir. Aquilo lhe dava uma enorme satisfação. Deixava-o lisonjeado.
Em 1982 aconteceu a primeira eleição majoritária e proporcional após a redemocratização. Eu, ainda menino, ficava ensinando as pessoas adultas a votar no Nabor Júnior, Mário Maia e nos outros candidatos do MDB. Era o tempo do voto camarão. Deu até vontade de rir agora! Incutindo em mim – subliminarmente – a vontade de participar ativamente da vida política. Eleição em interior era festa. Eu gostava daquele movimento. As regras não eram tão rígidas quanto agora. Enfim, como falei: era festa! Os que têm mais idade com certeza lembrarão dos folclóricos comícios de antigamente em Tarauacá.
Como era bom naquelas manhãs em que ficávamos na loja dele vendendo, conversando, ouvindo o rádio que ficava o dia todo ligado. Ele adorava escutar a programação da Rádio Nacional da Amazônia. Márcia Ferreira, Edelson Moura, José Neri e Paulo Torres. Esses eram seus locutores prediletos. A vida era mais amena, simples e adorável naquela época. Até hoje ainda adoro ouvir rádio. Já não é por meio daqueles rádios bonitos que ele tinha – e que de vez em quando eu os desmontava, agora é no carro ou pela internet, pois os tempos mudaram, mas preservei a cultura aprendida na infância.
Homem de bom coração, uma referência pra mim. Ainda guardo comigo o amor que sinto por ele. Até hoje a saudade que sinto permeia suavemente meu pensamento. Mais que um neto eu era seu fã! Queria ter convivido com ele numa fase mais adulta, ter aprendido mais coisas. Mas as coisas duram o tempo suficiente para tornarem-se inesquecíveis.
Lembro que quando comecei a trabalhar na Rádio Difusora de Tarauacá, em seu último aniversário em vida, ele me pediu que pusesse pra tocar uma música do Roberto Carlos: Meu querido, meu velho, meu amigo. Não lembro por que cargas d’água não fiz isso. Isso me dói até hoje.
Faleceu em novembro de 1992, vítima de um câncer na próstata. Com essa homenagem póstuma no centenário de seu nascimento terminarei com uns versos dessa música do Rei! E viva o centenário de Júlio Ferreira Lima! Viva o centenário de Tarauacá!

Esses seus cabelos brancos, bonitos, esse olhar cansado, profundo
Me dizendo coisas, um grito, me ensinando tanto, do mundo...
E esses passos lentos, de agora, caminhando sempre comigo,
Já correram tanto, na vida, meu querido, meu velho, meu amigo.”

Jean Carlos Freire Lima
Administrador
Servidor da Justiça Eleitoral
Acadêmico de Direito

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Feliz aniversário Pedro Henrique!


Pedro Henrique! 27 de fevereiro, o seu dia! Feliz aniversário!!!

Há seis anos você chegou a nossa família. Trazendo alegria, paz, amor, muitas coisas boas. Já quando não tínhamos esperança eis que sua mãe Juliana esfuziante me diz: Amor estou grávida, grávida, grávida! Nossa aquilo aqueceu meu coração, as pernas ficaram trêmulas, as mãos suadas, aquele friozinho na barriga. Aff!

Quando a Juliana fez a primeira ultra-sonografia, ao ouvir seu coração batendo forte, chorei de emoção. Quando descobrimos que era menino, ufa! Mais emoção ainda. Nasceste prematuro. Um mês de incubadora. Cuidados especiais – principalmente de sua mãe – para mantê-lo vivo. Mas você é Pedro, é forte, é pedra, também é Henrique, príncipe de Deus.

Hoje é esse menino fantástico. Impressiona-me essa sua capacidade de comunicar-se com eloquência, a facilidade de se expressar, de inventar e contar histórias. Todo dia é uma nova experiência ao seu lado. Alegre, extrovertido, amável. Somos gratos a Deus por nos ter presenteado você. Que Ele lhe conserve sempre assim: saudável, inteligente, educado, vascaíno; que juntos possamos aprender um com o outro. Viva o Pedro Henrique! Parabéns meu amor!

Te amamos muito!

Jean e Juliana.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Férias em Tarauacá


Estive em Tarauacá. Foram poucos dias, mais uma oportunidade de rever amigos, família, companheiros de fé, irmãos camaradas. A energia daquele lugar é diferente. Anima, recarrega, transcende. É o momento de se esbaldar no guaraná Baré; pato ao molho pardo; peixe de lago; picolé de buriti do Iede; crepe da Linda; banho no rio Tarauacá – meu filho Pedro Henrique adorou: - Papai a água é calminha e quentinha! O "quebe" da Moza, tardes agradáveis na UDV - agora são dois locais. Enfim, Tarauacá é uma delícia.
O verão deixa a cidade movimentada. A estrada está nos deixando mais próximos, com a conclusão Tarauacá será logo ali. O custo de vida fica mais barato nessa época. A cidade cresceu, está mais madura, já não é mais a mesma cidade que permeia minhas lembranças infantis. Ao passear pelo bairro Senador Pompeu, o popular bairro da Praia, voltei às minhas origens. Revi pessoas que Eu nem lembrava mais. Percebi que nos locais onde antes corríamos, jogávamos bola, hoje estão ocupados pelas casas. O tempo passa pra todos.
Percebi também que a iniciativa privada ousou, construiu belos prédios comercias. As casas residenciais também não ficaram pra trás. Uma cidade de contrastes. A iniciativa privada fez sua parte. O poder público nem tanto. As ruas estão sujas, o recolhimento do lixo ainda é precário, pré-histórico por assim dizer. Um caminhão com carroceria de madeira. Ao mesmo tempo em que recolhe o lixo também suja. As ruas estão escuras, A pracinha central, que deveria ser o cartão postal da cidade, está mal cuidada, suja e o pior - às escuras. Ainda há esgoto a céu aberto na principal avenida da cidade, a Antônio Frota.
Mas torçamos para que nossa terra tenha dias melhores para a nossa gente!

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Blog do Accioly: Um milhão de acessos!

Accioly,

Parabéns pelo seu primeiro milhão! Frise-se, um milhão de acessos. Sabe o que isso significa? Credibilidade. Com essa onda dos blogs – e Tarauacá está fortemente incluída nesse contexto, um novo fenômeno está ocorrendo: a universalização da notícia, do conhecimento.  Pelo que tenho acompanhado, os tarauacaenses estão na vanguarda do uso dessa ferramenta de comunicação. E você ousou, saiu do lugar comum e criou um poderoso instrumento de comunicação: o Blog do Accioly.

A forma simples, dinâmica e livre da produção de conteúdo para internet e utilizada nos blogs de notícias tem se tornado o diferencial, basta um computador e está conectado a rede mundial para ser um fomentador de informações. Com isso, diariamente, mais blogs são criados. Porém, em meio à quantidade sobressaem os que têm qualidade. Aliada a credibilidade essa é palavra que melhor define seu blog: qualidade. Os textos bem escritos, as informações claras, forte apelo social e principalmente o esforço de divulgar e apoiar os valores culturais da cidade, em muito tem contribuído para espargir ideias e conceitos de civilidade.

Não conheço um tarauacaense – usuário da internet – que não utilize seu blog como fonte de consulta dos acontecimentos do dia-a-dia de nossa terra. Pela sua formação política e ideológica você poderia ter optado em atingir um público específico, mas optou por seguir uma linha jornalística imparcial – como reza o bom jornalismo, dando espaço ao contraditório. Com isso tornou-se um dos mais influentes blogueiros de nosso Acre; fonte de consulta dos jornais da Capital. Lido por todos os segmentos da sociedade.

É isso aí, Caetano Veloso já dizia: - Como é poder tocar um instrumento. E para quem ainda não toca um instrumento, nada melhor do que palavras para tocar as pessoas, promover inclusão social. Afinal é gratificante para um escritor saber que já foi lido por muita gente. Que venha o segundo milhão de acessos!

sábado, 6 de agosto de 2011

Salve, Salve Isabella!

Rio Branco, Acre, 05 de agosto de 2011.

Ao Alfredo e a Eigile,

Paz,

5 de Agosto é uma data especial pra mim, pois é a data de nascimento de meu saudoso pai; agora torna-se mais uma vez outra data muito especial: nasceu Isabella! Este belo nome, de origem hebraica, que significa “Prometida a Deus” foi muito bem escolhido. Em meio a uma família jovem, tranquila, próspera e feliz ela chega para trazer mais alegria, encher ainda de mais luz a vida do Alfredo e da Eigile.

Ainda há pouco eu comentava com o Alfredo sobre esse ato sublime: ser pai! A Eigile também digo: - É um momento mágico. É indescritível a emoção de vermos o nosso rebento. Horas e horas de espera eis que surge à nossa frente, agora a ansiedade de outrora dar lugar à ilustre presença de Isabella. Essa criança que vocês vão criar e educar. Aprender a ser pai e mãe. A ser amigo. Eu fico imaginando daqui uns dias quando ela começar a fazer graça. É maravilhoso. O Alfredo vai dar muitas gargalhadas, o meu "caderninho" tá pronto, Pedro Henrique dará umas aulas a ela!

Isabella, eis a prova inconteste que as coisas acontecem no momento certo, no Kairós de Deus. Assim, que Ele a guarneça com saúde e vitalidade, que vocês sejam cada vez mais felizes, que os laços de fraternidade que unem a todos nós sejam cada vez mais reforçados, que essa energia de renovo da Isabella possa cada vez mais se fazer presente em nossas vidas. Pela afinidade que vocês dois têm com crianças, afirmo com toda certeza, vocês terão muita facilidade para torná-la uma criança muito especial.

Um forte abraço, que Deus os abençoe cada vez mais!

Jean, Juliana e Pedro Henrique.

sábado, 7 de maio de 2011

Carta Aberta ao Alfredo Gutierre

Rio Branco, 23 de abril de 2011

“Não se espante com a altura do vôo. Quanto mais alto, mais longe do perigo. As coisas são mais belas quando vistas de cima. (Alberto Santos Dumont)”

Ao Amigo Alfredo Gutierre,

Dia 18 de abril foi seu aniversário, achei que deveria deixar algo registrado pra você, meu amigo, meu irmão, padrinho e “ídolo” de meu filho Pedro Henrique. Refletindo constatei o início de um novo ciclo em sua vida. O resultado de um profícuo trabalho e aprendizado o proporcionou alçar vôos maiores. Estamos todos felizes por isso, graças ao aporte financeiro inicial de seu Velho Guerreiro – Edimilson Abreu e de sua mãe Socorro Abreu e tantas outras pessoas que lhe auxiliaram ao longo do caminho; contudo seu esforço, responsabilidade e dedicação foi o primordial a você chegar ao ápice da aviação comercial brasileira: voar numa grande companhia aérea.

É de se imaginar e servir de exemplo para tantos outros. Como um garoto de uma cidade do interior da Amazônia, de origem humilde, obstinado a voar, que enquanto a maioria de seus colegas estavam envolvidos em brincadeiras comuns, você gostava de ir ao aeroporto conversar com os pilotos, observar e admirar as decolagens e pousos dos Minuanos, Sertanejos, Fokers, Bandeirantes etc., querendo saber o caminho de como tornar-se aviador, como de fato tornou-se. Lembro que ainda o acompanhei para fotografá-lo ou filmá-lo perto dos aviões ou lhe apresentando a pilotos conhecidos e lá se vão quase vinte anos!

Na mais tenra idade foi morar em Belém, estudar no Aeroclube do Pará, dando os primeiros passos para a realização de seu sonho. Enfrentou às adversidades com os pés no chão e a cabeça no além e venceu! Tirou o brevê de piloto privado. Em seguida percebeu que para melhorar o currículo e a aprendizagem precisava está em um centro onde se respirasse mais aviação e qualidade de ensino. Piracicaba, em São Paulo, foi o destino. Lá vivenciou como de fato a aviação acontece no Brasil e foi treinado por ótimos instrutores naquele primeiro momento.

Lembro-me de há quase dez anos, nas vezes em que ia buscá-lo ou deixá-lo no aeroporto e via em seu rosto, em suas falas a expressão exata da felicidade e motivação de vir para cá fazer as horas necessárias para checar o piloto comercial. Das conversas que tínhamos dos planos e idéias que você queria realizá-los. Graças a Deus deu tudo certo novamente. Tirou as carteiras que precisava para voar comercialmente.

Ayrton Senna certa vez disse: - A sorte ajuda quem tem competência! Eis que você retorna ao Acre e o Cmte. Sílvio lhe dar a oportunidade de voar como co-piloto o Bandeirante recém adquirido pela Rio Branco Aerotáxi. Para você, a “máquina” que desde menino sonhava em voá-la, com idade de adolescente e caráter de homem deu conta do recado com competência.

Em permanente instrução, adquiriu as horas necessárias para tornar-se comandante. Ficando conhecido por seus vôos tranqüilos e pousos suaves; ganhou a confiança dos passageiros de Tarauacá e Feijó. Sempre tendo a humildade e educação como cartão de apresentação e a gratidão por esse reconhecimento. Para dar mais um salto tinha um novo desafio: falar inglês. Mas como diz a minha esposa Juliana: - Quando o Alfredo quer as coisas ele consegue! Estudou inglês e conseguiu passar na rigorosa seleção da TAM, uma satisfação pessoal pra você, sua família, amigos e a comunidade tarauacaense que acompanha sua trajetória.

Tem outra coisa a se registrar: é um entusiasta do ingresso de novos jovens na carreira da aviação, quantas vezes já o vi aconselhando pessoas interessadas em voar, ensinando-os o caminho das pedras de como tornarem-se aviador, quais os melhores aeroclubes, onde é mais vantajoso fazer as horas de vôos etc,. É uma das poucas pessoas que conheço que não se incomoda com o sucesso de seus colegas de profissão, defensor da tese que o sol nasceu pra todos e que a oportunidade chega a quem fizer por onde merecer.

Ah! Só mais uma “história”. Como nos falamos diariamente, às vezes eu sabia onde ele estava, mas mesmo assim eu perguntava: - Está onde Capitão? Ele respondia: - Em Tarauacá. Em outra vez era em Feijó e assim sucessivamente. Mas ele sempre me falava: - Um dia você vai me ligar e eu vou te responder que estarei em Natal, Porto Alegre, Brasília, Manaus etc. E pra minha alegria esse dia chegou. E hoje quando o ligo ou ele me liga, está sempre em uma cidade diferente, continuando a ser o mesmo amigo de sempre.

Pra finalizar, parafraseando o Zé Geraldo, meu amigo, meu compadre, meu irmão, continue escrevendo a sua história pelas suas próprias mãos.

Boa sorte, bons vôos sempre!

Jean Freire